Thursday 7 May 2009

Uso da Bicicleta em Maputo

O sector privado moçambicano, particularmente o da cidade Maputo, deu hoje o primeiro passo na implementação da iniciativa de massificação do uso da bicicleta e motorizadas, uma medida que visa reduzir o impacto dos altos preços dos combustíveis nas despesas diárias dos cidadãos relacionadas com os transportes.

Trata-se de um projecto do Ministério moçambicano dos Transportes e Comunicações (MTC), cuja implementação conta com a colaboração do sector privado.
Com efeito, as empresas Marine Services, Agri-Motors, PerShop e Ronil realizam hoje uma feira de exposição de diversas variedades de bicicletas e motorizadas disponíveis no país para a implementação deste projecto. Segundo Sérgio Caldeira, da empresa Agri-Motors, este grupo de empresas possui um número indeterminado de bicicletas e motorizadas para fornecer o mercado da capital moçambicana.

Os custos das bicicletas varia de 1,800 Meticais (cerca de 60 dólares norte-americanos) e das motorizadas entre 28 e 68 mil Meticais.
Esta vasta variedade de veículos inclui uma bicicleta ambulância e uma outra movida a gasolina, mas que também pode ser pedalado.

Contudo, diversos empresários da praça ainda estão receosos do sucesso do projecto, daí não terem aderido, até agora, a iniciativa. “Nem todos acreditam na viabilidade de vender bicicletas em Maputo. Mas nós achamos ser possível é por isso que estamos a tentar. A questão é que além de vender, nós nos preocupamos em garantir a assistência do veículo por um ano e muitos estão apenas interessados em vender”, disse Caldeira.

Provavelmente, os empresários duvidam do sucesso da iniciativa por causa da inexistência, tanto em Maputo como na vizinha cidade da Matola, de espaços concebidos nas vias de acesso para a circulação de bicicletas. Aliás, em alguns locais as viaturas chegam a usar os passeios devido a limitações que sofrem ao usar as estradas.


O mais grave é que mesmo as estradas recentemente construídas ou reabilitadas não possuem espaços apropriados para a circulação de bicicletas. O exemplo disso é a cidade de Maputo, capital do país, onde o elenco do edil Eneas Comiche, cujo mandato terminou em Fevereiro último, se empenhou muito na reabilitação das vias de acesso, mas nenhuma delas tem lugar concebido para a circulação de bicicletas.
Porém, em conferência de imprensa realizada mês passado em Maputo, o Director nacional Adjunto dos Transportes de Superfície, Taibo Issufo, disse que, na elaboração deste projecto, as autoridades pensaram na componente vias de acesso, daí estarem a trabalhar conjuntamente com as autoridades municipais de Maputo e Matola visando a criação de condições para levar a cabo a iniciativa.

Igualmente, ele disse que, com o mesmo propósito, o MTC está a trabalhar com o Ministério das Obras Públicas e Habitações.
Entretanto, as empresas interessadas em levar a cabo o projecto dizem que brevemente as bicicletas estão a venda para o público, estando agora o banco a terminar a elaboração das vias a serem usadas para a facilitação do pagamento.

Fonte: Jornal O País Online

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Estão a ir pelo caminho errado pois solução não passa por vias exclusivas para bicicletas. Recomendo aos responsáveis do MTC e do Município a leitura do artigo de Mário Alves, especialista internacional em transportes, "Como encorajar o uso da bicicleta: que opções?"